sexta-feira, 2 de abril de 2010

Amor na mitologia





Zeus, Hera e Semele

Cadmo e Hermíone tinham quatro filhas, que se tornaram, ao crescerem, tão belas quanto sua linda e semidivina mãe. Seus nomes eram Semele, Agave, Autonoe e Ino, e, também elas, tiveram que sofrer a hostilidade da deusa Hera desde o momento em que vieram ao mundo.

Semele era tão linda que Zeus por ela se apaixonou, e renunciou à sua majestade para visitá-la sob a forma de um belo rapaz. Hera, naturalmente, não o ignorava, e arquitetou contra Semele terrível vingança , pois tinha dupla razão para odiá-la. Tomou a forma e a voz de Beroe, uma das aias de Semele e disse-lhe:

- Esse homem que jura ser o grande e divino Zeus pode estar tentando enganá-la. Não parece ser mais do que um simples mortal. Como sabe você que ele é verdadeiramente um deus?

- Ele é mais belo do que qualquer homem deste mundo, respondeu Semele.

- Isto nada prova. A próxima vez que ele lhe disser que é Zeus, peça-lhe para jurar pelo Estige (pois é esse um juramento que nem mesmo os próprios deuses podem quebrar) que está disposto a lhe dar seja o que for que você pedir. Depois de ter jurado, (e ele o fará com certeza) ordene-lhe que se apresente aos seus olhos com todo o poder e a majestade de sua natureza divina, como quando ocupa o trono do Olimpo.

Na primeira vez em que veio Zeus fazer a corte a Semele, ela fê-lo jurar pelo Estige que lhe daria qualquer coisa que ela pedisse. Depois de haver ele jurado:

- Apresente-se a, mim, disse ela, com todo o poder e a majestade de sua natureza, divina, tal qual ela se manifesta quando você se senta em seu trono do Olimpo.

- Se o fizesse, disse-lhe Zeus, seus olhos mortais seriam cegados pela minha glória e seu corpo reduzir-se-ia a cinzas. Peça-me qualquer outra coisa, querida, mas não aquilo que inevitavelmente causaria a sua morte.

Semele pensou que ele estivesse apenas arranjando desculpas e que não passava, afinal, de um simples mortal. Respondeu então que nada, a não ser o que pedia, a poderia satisfazer. Obrigou-se Zeus a satisfazer a sua vontade, já que estava ligado pela promessa que fizera, e que nem mesmo os deuses podem abjurar.

Na noite seguinte, enquanto Semele espreitava-o de sua janela, ouviu ela o ribombar de um trovão e viu a luz ofuscante de um relâmpago fender a abóbada celeste. Aproximava-se a tempestade à medida, que Zeus descia do Olimpo com todo o seu esplendor, num carro, que era uma nuvem tempestuosa. Semele ficou ofuscada, ensurdecida e arrependida de sua temeridade. Fugiu de casa com os olhos cerrados e tapando os ouvidos. A atmosfera estava incandescente. Ouviam-se estrondos ensurdecedores enquanto as árvores eram fulminadas e despedaçadas por uma chuva de chispas elétricas. Ao mesmo tempo uma voz retumbante, profunda e majestosa bradou nos céus, ecoando no flanco das colinas:

- Eu sou Zeus, pai dos deuses e dos homens. Olhe para minha face, Semele, e morra!

Semele abriu os olhos e soltou um grito de espanto. Em sua frente estava Zeus, o soberano dos céus, em todo o seu poderio e esplendor. Durante um momento ela o encarou. Depois, seus olhos foram cegados pela sua luz resplandecente. Foi seu corpo consumido pelas chamas de seus raios e, num instante, transformou-se ela num monte de cinzas.

Porém, salvou-se o filho que ela devia dar a Zeus pois seu pai o guardou em sua coxa até o dia de seu nascimento. Veio a chamar-se Dionísio (*Baco para os romanos*).

Por essa forma vingou-se Hera de seu marido Zeus - que amara a Semele tão apaixonadamente a ponto de lhe dar uma coroa de sete estrêlas, que ainda podemos contemplar no céu - vingando-se também da neta de Afrodite, a quem ela tanto detestava.

O Amor na mitologia


Eros e Pisique

Eros e Pisique

A História de Eros (cupido) e Psique





(obras de Maurice Denis)

Psique era uma jovem tão linda que Vênus passou a ter ciúmes dela. A deusa deu ordens a Cupido para induzir Psique a apaixonar-se por alguma criatura de má aparência, porém o próprio Cupido tornou-se seu amante. Cupido a pôs num palácio, mas somente a visitava na escuridão e a proibiu de tentar vê-lo. Movidas pelo ciúme as irmãs de Psique disseram-lhe que ele era um monstro e iria devorá-la.

Certa noite Psique pegou uma lamparina e iluminou o quarto para ver Cupido adormecido. Excitada diante da visão de sua beleza ela deixou cair sobre Cupido uma gota do óleo da lamparina, e o despertou. Por causa disso o deus abandonou-a, ressentido pela sua desobediência. Sozinha e cheia de remorsos Psique procurou o amante por toda a terra, e várias tarefas difíceis lhe foram impostas por Vênus. A primeira delas foi separar na escuridão da noite as impurezas de um monte enorme de várias espécies de grãos, porém as formigas apiedaram-se de Psique e vieram em grande número para realizar a tarefa por ela.



E assim, por um meio ou por outro, todas as tarefas foram executadas, exceto a última, que consistia em descer ao Hades e trazer o cofre da beleza usado por Perséfone. Psique havia praticamente conseguido realizar a proeza, quando teve a curiosidade de abrir o cofre; este continha não a beleza, e sim um sono mortal que a dominou. Entretanto Júpiter, pressionado por Cupido, consentiu finalmente em seu casamento com a amante, e Psique subiu ao céu.

"Embora sem um templo, embora sem altar!"

A história de Cupido e Psique é, geralmente, considerada alegórica. Psique em grego significa borboleta como alma. Não há alegoria mais notável e bela da imortalidade da alma como a borboleta, que, depois de estender as asas, do túmulo em que se achava, depois de uma vida mesquinha e rastejante como lagarta, flutua na brisa do dia e torna-se um dos mais belos e delicados aspectos da primavera. Psique é, portanto, a alma humana, purificada pelos sofrimentos e infortúnios, e preparada, assim, para gozar a pura e verdadeira felicidade.

Nas obras de arte, Psique é representada como uma jovem com asas de borboleta, juntamente com Cupido, nas diferentes situações descritas pela fábula.

Milton refere-se à história de Cupido e Psique, na conclusão do seu "Comus":

Seu filho, o deus Cupido, logo avança,
A linda amada, em transe, conduzindo,
Após tantos labores enfrentar;
Eis que, com a aprovação dos deuses todos,
Em sua esposa eterna há de torná-la.
E, de tal himeneu, irão dois gêmeos,
Juventude e Prazer, venturosos,
Muito em breve nascer; jurou-o Jove.



A lenda de Cupido e Psique é também apresentada nestes versos de T.K.Harvey:

Quanta lenda tão bela, outrora nesse dia
Longínquo em que a razão tomava à fantasia
A asa multicor e, entre areias de ouro,
O rio carregava um líquido tesouro!
Quando a mulher sem par, beleza peregrina,
Que de sofrer e amar e lutar teve a sina,
A terra percorreu, exausta, noite e dia,
À procura do Amor, que só no céu vivia!

A história de Cupido e Psique apareceu pela primeira vez nas obras de Apuleio, escritor do segundo século da nossa era. É, portanto, uma lenda muito mais recente que a maioria das outras da Idade da Fábula. É a isso que Keats faz alusão, em sua "Ode a Psique":

Ó mais bela visão! Ó derradeira imagem
Da estirpe celestial, da olímpica linhagem!
Mais bela que Diana livre de seu véu
E que Vésper erguida entre os astros do céu!
Que, no Olimpo, pudeste reluzir e ofuscar,
Embora sem um templo, embora sem altar!


Cupido e Psique
(Antonio Canova)

O Mito de Afrodite ( Venus) A Deusa do Amor



Na mitologia grega a deusa Afrodite simbolizava a beleza e a paixão sexual. Mas para os romanos, que lhe davam o nome de Vênus, ela era originalmente a divindade dos jardins e do crescimento, e só mais tarde foi identificada com a deusa grega do amor. Segundo o poeta grego Hesíodo, que viveu provavelmente no século 8 a.C. e escreveu a Teogonia, coletânea das lendas mais antigas sobre o nascimento e feito dos deuses, Cronos, filho de Urano, mutilou o pai e jogou os seus órgãos genitais no mar, perto da ilha de Chipre, tendo Afrodite nascido da espuma (aphros, em grego) assim formada, e dentro de uma madrepérola. Já para Homero, ela seria filha de Zeus e Dionéia, sua consorte em Dodona (cidade do monte Tomaro, no antigo Epiro, nordeste da Grécia, e antigo centro de adoração dos pelasgos, primitivos habitantes das terras gregas e italianas).

Ainda segundo Homero, ela (Afrodite) foi conduzida à ilha por Zéfiro e entregue às Horas, para que estas cuidassem de sua educação. Daí, portanto, o seu culto ter se originado em Chipre, estendendo-se depois a Esparta, Corinto e Atenas, e tendo como símbolos a pomba, a romã, o cisne e a murta. Conhecida como a deusa da beleza e dos prazeres, mãe dos Amores, das Graças, dos Jogos e dos Risos, ela foi dada como esposa a Hefesto (Vulcano), o coxo deus do fogo e o mais feio dos imortais, mas foi-lhe infiel muitas vezes, envolvendo-se em aventuras amorosas com Ares (Marte), o deus da guerra, com quem teve os filhos Eros (Cupido), Harmonia, além de Deimos e Fobos (o Terror e o Medo); com Hermes (Mercúrio), que lhe deu Hermafrodito; com Dionísio (Baco), pai de Príapo; e outros amantes mortais, entre os quais Anquises, um pastor troiano com quem ela gerou Enéias, e o seu amor mais constante, o jovem Adônis, célebre por sua beleza, que acabou sendo morto pelo deus Ares metamorfoseado em javali, porque este não se conformava com o fato de ter sido trocado por um simples mortal . Revela a lenda que consumada a tragédia, Vênus tomou o corpo do seu amante nos braços e, após chorar sua morte, transformou-o em anêmona, uma bela e efêmera flor da primavera.

Conhecida por diversos nomes (Cipres, Ciprina, Pafia, Citeréia, Anadiômene - que significa saindo das águas - e Dionéia, como sua mãe), Afrodite tinha um temperamento irascível. Além disso, era vingativa, valendo destacar, nesse aspecto, sua intolerância quanto a outra mulher se considerar tão bela quanto ela, razão pela qual punia não apenas as mortais que pensassem dessa maneira, mas principalmente as que realmente possuíssem tal beleza. A deusa carregava consigo um cinturão mágico de grande poder sedutor, cujo nome era Cestus, do grego kestós, que significa picado, bordado. Este cinto tinha a propriedade de inspirar o amor, e os efeitos dessa paixão eram irresistíveis. Uma outra variante diz que Afrodite possuía uma fita bordada de desenhos variados que ela usava cingindo o seio, e nela residiam todos os encantos, como a ternura, o desejo e a conversação amorosa e sedutora, qualidades que enganam o coração dos mais sábios. Inúmeros templos foram consagrados à sua celebração, entre os quais o da ilha de Chipre, em Amafonte, em Pafos e na ilha de Citera. As lendas freqüentemente a mostram ajudando os amantes a superar todos os obstáculos. À medida que seu culto se estendia pelas cidades gregas, também aumentava o número de seus atributos, quase sempre relacionados com o erotismo e a fertilidade.

Suas festas, celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto, eram chamadas de afrodisíacas, e o sexo praticado com suas sacerdotisas, consideradas prostitutas sagradas, um meio de adoração e contato com a deusa. Porém, com o passar do tempo, a substituição da religiosidade matriarcal pela patriarcal fez com que Afrodite passasse a ser vista como uma deusa frívola e promíscua, em decorrência de sua liberalidade sexual.

Fonte - http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=213843

Um pouco do Kama Sutra




O Kama Sutra foi escrito para a nobreza da Índia por um nobre Vatsyayana, em alguma época entre 100 e 400 d.C. Escrito originalmente em sânscrito, está inserido na concepção de mundo da religião hindu. Seus ensinamentos, embora conduzam ao prazer, visam, em primeiro lugar, à elevação espiritual do homem, em sua trajetória religiosa.

Kama significa amor, prazer, satisfação. É um dos três sustentáculos da religião hindu. Os outros são Dharma e Artha. Dharma é o mérito religioso e Artha a aquisição de riquezas e bens.

Os hindus acreditavam que aquele que praticar Dharma, Artha e Kama, sem se tornar escravo das paixões, conseguirá êxito em todos os seus empreendimentos. Em outras palavras, deve-se desfrutar as riquezas e os prazeres sexuais sem jamais perder a virtude religiosa.

Naqueles dias, o nobre típico hindu levava uma vida de luxo ocioso e tinha bastante tempo livre para se dedicar, se assim o desejasse, ao aprendizado e ao aperfeiçoamento das habilidades sociais, sexuais e artísticas descritas em livros como o Kama Sutra.

Esperava-se do cidadão ideal que dedicava sua vida à conquista de três metas:

darma - aquisição de mérito religioso;

artha - aquisição de riquezas e

kama - aquisição de amor ou prazer sexual.

O Kama Sutra pretendia ajudar na terceira destas metas

Os 30 beijos do Kama Sutra




O beijo por si só é uma arte e o Kama Sutra reconhece seu poder para expressar sentimentos, emoções e paixões. Por isso, no livro há descrição com detalhes dos beijos e ocasiões em que cada um dos tipos de beijo devem ser usados.

O ato de beijar combina três sentidos: o paladar, o tato e o olfato. Se cada sentido, separadamente, é capaz de produzir uma forte reação emocional, os três juntos podem transportar a pessoa para o "sétimo céu".

Os beijos podem ir desde um contato fugaz, como um atrito inesperado, até uma fusão de dois corpos por meio dos lábios. Nos dois extremos, existem numerosas variações, ainda que muitas pessoas descuidem desta habilidade que, como todas, está sujeita às leis de aprendizagem: constância, criatividade e paciência.

Segundo o Kama Sutra, os 30 tipos de beijos são:

1. Beijo de lado
Quando as cabeças das duas pessoas se inclinam em direções opostas e o beijo é produzido nessa postura.
Essa é uma das formas mais comuns de se beijar e a preferida dos filmes. As cabeças inclinadas permitem um melhor contato dos lábios e uma penetração profunda da língua. É um modo excelente de começar um encontro amoroso apaixonado e também um modo de estimular a paixão entre o casal.

2. Beijo inclinado
Quando um dos dois coloca a cabeça para trás e a outra pessoa, que a segura pelo queixo, a beija. A doçura e o afeto são as emoções principais que são transmitidas com esse beijo. Um beijo desse tipo é apropriado para as preliminares, quando se prefere fazer sexo com lentidão e de frente.

3. Beijo direto
Quando os lábios dos dois se unem diretamente e se chupam como se fossem uma fruta madura. É um tipo de beijo em que o importante é que além de serem chupados, os lábios sejam mordiscados e levemente acariciados com a língua. É um beijo tranqüilo e demorado, que pode expressar uma forte paixão e que excita muitas pessoas mais do que o beijo de língua.

4. Beijo pressão
Os lábios se pressionam fortemente com a boca fechada. É um beijo para iniciar a relação ou para terminá-la, não convém mantê-lo por muito tempo. Os dentes se cravam na parte interior dos lábios e pode sair sangue.

5. Beijo superior
Quando um dos dois pega o lábio superior com seus dentes e o outro devolve o "carinho" beijando-lhe o lábio inferior. Na descrição deste beijo fala-se que uma pessoa do casal deve tomar a iniciativa e o outro se limita a correspondê-la. Uma possível razão para isso é que o Kama Sutra foi escrito para homens ativos e mulheres passivas. Mas, nos casais atuais, cada um deve ser o mais criativo possível e deixar que a imaginação se expresse como ela é, e não se limite a responder a iniciativa do outro.

6. Beijo broche
Quando um dos dois se prende aos lábios de seu amante, isso é chamado de beijo broche. E se o que realiza o beijo toca seus dentes, a gengiva ou o céu da boca com a língua, esse beijo chama-se "luta de língua".

7. Beijo palpitante
Quando um dos dois deposita sobre os lábios milhares de beijos bem pequenos percorrendo toda a boca e as comissuras (junção dos lábios).

8. Beijo contato
Quando se toca ligeiramente com a língua a boca do outro e faz apenas contato com os lábios.

9. Beijo para acender a chama
É o beijo na comissura (junção) dos lábios que costuma ser dado no meio da noite para incendiar a paixão.

10. Beijo para distrair
O beijo ideal para quando vocês estiverem assistindo a algo na televisão e a pessoa quer chamar a atenção do parceiro com seus beijos. Para começar, lembre-se de que nem todos os beijos precisam ser na boca. Segundo o Kama Sutra, outros lugares recomendados para iniciar a "batalha" são: a testa, os olhos, as bochechas, o peito, os seios, a zona abaixo da boca, a cabeça, a nuca e o pescoço junto com a clavícula.

11. Beijo nominal
Quando um dos dois se limita a tocar a boca do outro, depois de beijá-la, com os dedos.

12. Beijo com os cílios
Quando se percorre os lábios ou o rosto do outro e se acariciam os cílios com beijos.

13. Beijo com um dedo
Quando o amante percorre a boca da amada por dentro e por fora com um dedo.

14. Beijo com dois dedos
Quando o amante fecha dois dedos, molha-os ligeiramente nos lábios da amada e faz uma pressão sobre sua boca.

15. Beijo que desperta
O beijo que se dá nas têmporas, próximo da raiz do cabelo, quando o outro está dormindo, para despertá-lo com suavidade.

16. Beijo que demonstra

Costumam ser dados à noite e em lugares públicos. Um dos dois se aproxima do outro e o beija suavemente na mão ou no pescoço.

17. Beijo da lembrança
É dado quando os amantes estão descansando após a satisfação sexual e um dos dois coloca a cabeça sobre a coxa do outro e deixa-a cair, como se estivesse com sono, beijando-lhe na coxa ou nos dedos do pé.

18. Beijo transferido
Esse beijo ocorre quando o amante, na presença da amada, beija alguém que esteja próximo dele no rosto, ou mesmo alguma foto ou qualquer outra coisa, olhando para ela como se o beijo fosse para a parceira.

19. Beijo choroso
É produzido quando um dos dois sente tanta falta do outro, que na ausência do outro beija seu retrato.

20. Beijo viajante
Ainda que pareça que os beijos sempre costumam se centralizar na boca, colocar os lábios em outras partes do corpo é uma forma de excitação garantida.

21. Beijo no peito
Os beijos mais efetivos nos seios são os que se aplicam primeiro com os lábios, suavemente e com um pouco de saliva. Depois, intensifica-se a pressão e, se a parceira o deseja e gosta desse tipo de beijo, pode-se pegar os seios com os dentes e pressionar ligeiramente. Algumas pessoas preferem sentir um pouco de dor nos seios quando estão prestes a ter um orgasmo.

22. Beijo sem pressa
A chave é prestar total atenção no corpo do outro. Quanto mais controle você tiver e mais se concentrar em acariciar e beijar cada canto do corpo, mais intensa será a sensação de prazer para ambos.

Onde há amor, há dor
Segundo a tradição erótica da Índia, a mordida é um elemento muito importante e o Kama Sutra dá uma boa lista de mordidas com toda riqueza de detalhes.

As mordidas costumam ser dadas em quase todas as partes do corpo e vão desde a mordida brincalhona, mais provocadora que erótica, até o forte apertão com os dentes que costuma ser dado no calor da paixão e faz com que os orgasmos sejam mais duradouros. No entanto, muitos costumam evitar este último tipo de mordida, porque é difícil de controlar e costuma deixar marcas muito evidentes. Também porque durante o orgasmo as mandíbulas podem sofrer um espasmo e fechar com força, o que pode ocasionar feridas.

As mordidas recomendadas pelo Kama Sutra são:

23. Mordida de Javali
O rastro que deixa na pele são como filas indianas, muito próximas umas das outras e com intervalos vermelhos como as pegadas que costumam ser deixadas pelos javalis no barro. É uma mordida que costuma ser feita no ombro.

24. A nuvem quebrada
Consiste em levantamentos desiguais da pele em círculo, produzidos pelos espaços que há entre os dentes. O Kama Sutra especifica que este tipo de mordida deve ser feita no peito.

25. Mordida escondida
É a mordida que só deixa uma intensa marca vermelha e que deve ser dada no lábio inferior.

26. Mordida clássica
Quando se pega com os dentes uma grande quantidade de pele.

27. O ponto
Quando se pega com os dentes uma pequena quantidade de pele de tal maneira que só fique uma marca como um ponto vermelho.

28. A linha dos pontos
Quando essa pequena porção de pele é mordida com todos os dentes e todos eles deixam sua marca. Deve ser dada na testa ou na coxa.

29. O coral e a jóia
É a mordida que resulta da junção dos dentes e dos lábios. Os lábios são o coral e os dentes são a jóia.

30. A linha de jóias
Quando se dá uma mordida com todos os dentes.

Ame a si mesmo (Osho)



Ame a Si Mesmo - Para amar é preciso conhecer. Daí que a meditação é primária e o amor, secundário. Como o Sol irradia luz sem foco, a meditação irradia amor sem foco. Amar a si próprio é meditação, é ser autêntico, aceitar-se como é. Isso é oração, é gratidão. O amor começa com o amor próprio, com a aceitação de si, de tudo e de todos. A aceitação cria o ambiente onde o amor desabrocha. Também a confiança começa na auto-confiança, que é independência. Quem é independente, aprende, amadurece e se transforma com as mudanças. O amor é o fenômeno mais mutante da vida: é como uma flor que se abre a cada manhã. Só os independentes podem amar e ser amados.
Diante de um problema o que mais importa é saber exatamente qual é problema e não sua solução.

Uma Nova Dimensão de Amor - O amor é mais verdadeiro e autêntico do que nós.
Todo caso de amor é um novo nascimento. O ego é como a escuridão, mas quando chega a luz do amor, a escuridão se vai. As escolhas devem ser pelo real, pior e doloroso e não pelo confortável, conveniente e burguês. O amor nos tira do ego, do passado e do padrão e por isso parece confusão. Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são. Quando a loucura é consciente, pode-se voltar. Todos os místicos são loucos. O amor é alquimia porque primeiro tira o ego e depois dá o centro. Amar é difícil, mas receber amor é quase impossível, porque a transformação é maior e o ego desaparece. É o anseio pelo divino que impede que qualquer relacionamento satisfaça. As pessoas mais criativas são as mais insatisfeitas porque sabem que muito mais é possível e não está acontecendo.

Amor 1: é orientado a um objeto.

Amor 2: ele transborda, não é orientado por um objeto. É uma amizade
que enriquece a alma.

Amor 3: sujeito e objeto desaparecem: a pessoa é amor.

O que e' o amor ? (Osho)



Amado Mestre, O que é o amor? Por que tenho tanto medo do amor? Por que o amor se parece com uma dor insuportável?

Você pergunta: "O que é o amor?"

É o profundo desejo de ser uno com o todo, o profundo desejo de dissolver o Eu, o Você, em uma unidade. O amor é isso, porque estamos separados da nossa própria origem; devido a essa separação, surge o desejo de voltar para o todo, de se tornar um com o todo.

Se você arrancar uma árvore, ela sentirá um grande desejo de voltar a se enraizar no solo, porque erta era sua verdadeira vida. Agora ela está morrendo. Separada, a árvore não pode existir. Ela tem que existir na terra, com a terra, através da terra. Isso é o amor.

Se ego se tornou uma barreira entre você e sua terra, o todo. O homem está sufocado, ele não consegue respirar, perdeu suas raízes. Ele já é nutrido. O amor é um desejo de nutrição; o amor é um enraizar-se existência.

E o fenômeno se torna mais fácil se você cair no pólo oposto-- é por isso que o homem é atraído para a mulher e a mulher é atraída para o homem. O homem pode encontrar sua terra através da mulher, ele pode voltar a ficar com os pés no chão através da mulher, ele pode votar a ficar com os pes no chão através da mulher, e a mulher pode por os pés no chão através do homem. Eles são complementares. O homem sozinho é metade, numa necessidade desesperada de ser inteiro. A mulher sozinha é metade. Quando essas duas metades se encontram e se misturam e se fundem, pela primeira vez nos sentimentos enraizados com os pés no chão. Uma grande alegria surge no ser.

Não é somente na mulher que você se enraíza; é através da mulher que você se enraíza em Deus. A mulher é simplismente uma porta. O homem e a mulher são portas para Deus. O desejo de amor é o desejo de Deus. Você pode entender isso, ou pode não entender, mas o desejo de amor realmente prova a existência de Deus. Não existe nenhuma outra porta. Porque o homem ama, Deus é. Porque o homem não pode viver sem amor, Deus é.

A ânsia de amar, simplesmente, diz que sozinhos nós sofremos e morremos, juntos nós crescemos, somos nutridos, realizados, preenchidos.



Você pergunta:"O que é o amor? Por que tenho tanto medo do amor?"

É por essa razão também que a pessoa tem medo do amor -- porque no momento em que você entra na mulher você perde seu ego, e a mulher entra no homem e perde seu ego.

Agora isto precisa ser entendido: você pode estar enraizado no todo somente se perder a si mesmo; não há outra maneira. Você é atraído em direção ao todo por estar se sentindo desnutrido, e então quando chega o momento de desaparecer no todo, você começa a sentir muito medo. Um grande medo surgi porque você está perdendo a si mesmo. Você recua. Este é o dilema. Todo o ser humano tem que encarar isso, passar por isso, entender e tranceder isso.

Você precisa entender que ambas as coisas estão surgindo da mesma coisa. Você sente que seria lindo desaparecer -- nenhuma preocupação, nunhuma ansiedade, nenhuma responsabilidade. Você se tornará parte do todo, como as árvores e as estrelas. A simples idéia é fantástica! Ela abre portas, portas misteriosas para dentro de seu ser, ela dá nascimento à poesia. Elá é romantica. Mas quando você realmente mergulha nisso, surge o medo de que: "Eu vou desaparecer, e quem sabe o que vai acontecer depois".

É como um rio alcançando um deserto, ouvindo o sussurrar do deserto... O rio hesita, quer ir além do deserto, quer ir em busca do oceano; sente que existe um desejo e existe um sentimento sutil, uma certeza e uma convicção de que "meu destino é ir além"! Nenhuma razão vísivel poder ser apontada, mas existe uma convicção interior de que "eu não terminarei aqui. Tenho que continuar procurando por algo maior". Alma coisa lá no fundo diz: "Tente, tente energicamente! E tranceda esse deserto".

E então o deserto diz: "Ouça-me: o único jeito é evaporar-se, entregando-se aos ventos. Eles o levarão. Eles o levarão além do deserto". O rio quer ir além do deserto, mas a dúvida é muito natural "Qual é a prova, a garantia de que os ventos permitirão que eu volte a ser um rio? Uma vez que eu tenha desaparecido, não estarei absolutamente controlando a situação. Então qual é a garantia de que eu me tornarei novamente o mesmo rio, com a mesma forma, o mesmo nome, o mesmo corpo? E quem sabe? E como poderia confiar que, uma vez que eu tenha me rendido aos ventos, eles permitirão que eu volte me juntar?" Este é o medo do amor.

Você sabe, está convencido de que sem amor não há felicidade, sem amor não há vida, sem amor você permanece faminto por algo desconhecido, permanece insatisfeito, vazio. Você é oco, nada tem; você é apenas um recipiente sem conteúdo. Você sente o vácuo, o vazio e o tormento disso. E você está convencido de que existem meios capazes de preenchê-lo.

Mas quando você se aproxima do amor surge um grande medo, surge a a dúvida: se você relaxar, se realmente mergulhar nele, será capaz de voltar novamente? Será capaz de proteger sua identidade, sua personalida? Vale a pena correr o risco? E a nos você é subnutrido, mal alimentado, faminto, miserável -- mas pelo menos você é. Desaparecendo em algum amor, quem sabe? Você irá desaparecer, e qual é a garantia de que haverá felicidade, haverá beatitude, haverá Deus?

É o mesmo medo que uma semente experimenta quando começa a morrer no solo. Isso é morte, e a semente é incapaz de conceber que haverá vida surgindo desta morte.

(In Vida, Amor, Riso, Osho, Editora Gente, 1991.)